Desfilava no Hotel Intercontinental, em Paris, a coleção primavera-verão, ano 2000, da alta costura de Yves Saint Laurent, tudo parecia comum na coleção Le Jour in Saharienne, Le Soir in Gitane, a repetição bem-vinda, o bom gosto de sempre. Observo, então, quase hipnotizado, a entrada da Laetitia Casta, que trazia toque moderno e 'atrevimento' no espaço daquele que para mim é o maior nome na moda do Século XX para frente, numa tentativa apressada de entrar no novo ritmo da moda de hoje. O vestido de noiva, em plumas brancas, que foi apresentado como pura obra de arte, jamais para uma cerimônia, quebrava todos os protocolos, tinha atmosfera ousada. Muitíssimo bem representado e encenado pela linda modelo. Apesar disso, o vestido aparentemente simples, tornou-se um dos alvos na minha lista das mais belas criações da alta costura. Afinal, era impossível YSL não sofrer transformações ao longo de tantos anos. Mas, também deixou claro que a mudança, apesar de chique, atrevida e atraente, não vingaria, por ser caminho sempre evitado pelo costureiro. E que Yves Saint Laurent estava declinando. Um ano e duas coleções depois, ele parou. O vestido marcou o futuro que não houve e o começo do distanciamento de um luxo tão nababesco que, agora, ou você tem ou não tem.
por Jamill Barbosa Ferreira
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