
Fúcsia. Eu sempre gostei dessa cor. Pouca gente usa no Brasil, nem sei o motivo, vai ver é falta de prática. É sempre uma cor que desperta, na moda, o amor platônico: namorar a roupa pela vitrina, pela revista, pela televisão. Mas usar que é bom, poucas mulheres que topam. E se não é pela cor, é pela modelagem: atualmente tudo tão justo, mínimo. Hoje em dia é
tiranizante a obrigação de você ser magra para entrar na alta moda – mas, permita-me uma digressão, você tem de saber que se uma mulher, mesmo que seja um
trovão de gorda, se ela quiser um vestido da alta costura, ela o terá. Todo mundo me escreve e exige: “Jamill, elogia o Galliano!” Minha gente, não é fácil... Mas, também não é impossível. O
John Galliano pode ter errado em muita coisa, mas nessa criação fúcsia (cor magnífica), os erros, mínimos e não menos importantes por isso, resumem-se à produção: pernas sem as meias (opacas) e os sapatos – uma coisa tão
nova-rica (!) no Estoril. Eu preferiria ver sapatos (de salto alto) fechados ou algum 'sapato-meia' - apresentados pelo
Alexander McQueen assinando
Givenchy nos anos 90. Com as meias e os sapatos fechados, aí sim a nota seria 10. Mas chega perto. É um Galliano ideal para assistir casamento, jantar, enfim: quando o homem tiver de colocar terno completo. Obviamente que a cliente pode escolher o comprimento que quiser. O luxo fica por conta do tecido acetinado e do corte; as mangas justas também. É também muito fácil, porque nem precisa por jóia e a maquiagem pode/deve ser mínima. A cabeça, que é apenas acessório do show comercial do desfile, pode sim ser usada pelas corajosas. Por favor, perdoem-me os
gallianistas, mas
Yves Saint Laurent já fez essa criação, de modelagem idêntica. Essa criação,
YSL apresentou na coleção outono/inverno - 98/99 (acho que o Galliano tem revisto muito esse desfile). Na versão YSL, a blusa é em musselina, modelo idêntico. Mas, justiça seja feita, ele não fez isso sozinho.
Bill Blass também tem buscado nas casas Givenchy e Dior de ontem a inspiração para muita coisa no ritmo da
Jackie Kennedy Onassis. Bom,
Manuel Bandeira dizia “tudo é milagre”; na moda do Galliano é
carona – está sendo. Mas que ele acertou, acertou. Aplausos para ele, por favor.
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