Prêt-à-Porter – A Previsível Moda de Paris

Vamos direto ao assunto. Apesar de não simpatizar com esse negócio de moda inspirada em rock, tal, a coleção Balmain misturou a isso alguns detalhes ‘militares’ e apresentou ombros bem alinhados em Paris. Eu gosto de ombros grandes e equilibrados, porque é chique e afina o corpo. Se misturassem os modelos Dior com Balmain na mesma passarela, ninguém notaria diferença. Uma repetição de tudo que já existe nos armários das mulheres. Com exceção dos ombros de ambas as grifes e das saias curtas Dior, dá até sono. Sem falar que algumas modelos Dior ainda desfilaram resquícios daquela horrível coleção de alta costura com lingeries, intimidade à mostra... No mais, enquanto Balmain se baseia no tal rock, Dior lembra os anos 40. Da coleção de Viviene Westwood eu selecionei 3 modelos [em destaque] que particularmente valem pelo desfile todo. Karl Lagerfeld [número 1] fez roupas que mais parecem da prima pobre da Dior [número 2]. Não há o que se fazer. Prêt-à-porter é tão entediante! Não vou nem comentar a grife que sempre me apaixonou pelo nome, Givenchy, mas quero deixar claro que o Lino Villaventura deveria ser o estilista da Givenchy, só assim Paris veria beleza no prêt-à-porter! Então, pensei que as grifes Yves Saint Laurent e Valentino trariam beleza para a semana de moda, mas Stefano Pilati não quis arriscar nada para YSL, que ficou no minimalismo chato que tomou conta de quase todas as coleções. A Valentino [número 3] também não investiu em cores, preferiu vestidos curtos, alguns volumes e uma leveza que 'lembra' Oscar de La Renta. Mas, no geral, tudo estava muito parecido entre as grifes. Detesto roupas justas demais, detesto minimalismo na moda, detesto câmera lenta! Ufa! Então, lá veio Alexander McQueen com muita cor, mas pouca graça... Quem lembra do lindo ‘vestido ostra’ que ele fez há alguns anos?! Onde está aquela criatividade?! Quem lembra da coleção que ele assinou para Givenchy em 1998/99? Cadê aquele estilista de extremo talento?! Parece que todo mundo tomou tranqüilizante e ficou brincando de roda.





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Um comentário:

Paulo disse...

Oi Jamill, tudo bem?
Resolvi deixar um comentário aqui porque é tão raro encontrar hoje em dia um texto de moda que seja "sincero"...
Me parece que o jornalismo de moda (ou a crítica) cada dia se torna mais monótona, mais passiva, menos questionadora...
Não são só os estilistas que estão "empurrando com a barriga": o jornalismo, a mídia impressa, com raras exceções, também fazem isso. Me parece que tudo se tornou um festival de amabilidades, um puxa o saco daqui, outro dali...
Concordo quando você fala que a estação foi morna. Acho que chegou ao gelado, em alguns momentos. A coleção Valentino (que não é mais dele, o que faz toda a diferença) pra mim é o retrato desse momento: bonita, bem feita, mas com referências óbvias, sem entusiasmo, sem "élan". Uma coleção bonitinha que vai passar, mais uma...
Outra coisa (cá entre nós): odeio essa moda lingerie explícita da Dior, acho feio, de mau-gosto, uma bobagem...
Até McQueen que é meu super-herói fashion se apagou, no meio de tantas estampas...
Vamos ver o que nos espera o inverno. Eu sou bem Danuza nesse quesito: depois de Yves, tudo acabou. E quem ficar por último que apague a luz.
Bom, me estendi demais, me desculpe. Ótimo seu texto, parabéns.
Um abraço,
Paulo