Alta Costura - JOHN GALLIANO Escondeu sua Identidade Fashion | Dior Couture primavera/verão 2010

Na coleção de alta costura Dior apresentada segunda-feira em Paris, John Galliano só conseguiu mostrar que de forma muito lenta e sem interesse, não está conseguindo estilizar a marca, preferindo copiar. Mas, repito, ele não está se esforçando. Vou explicar: enquanto Karl Lagerfeld desde o começo consegue separar estilos de grifes diferentes como Chanel e Fendi, por exemplo, estudando-os e transformando-os em elementos dosados com sua própria criatividade sem perder a cara da marca, Galliano simplesmente fez vestidos idênticos aos que Christian Dior fez, a única diferença fica na matéria prima, porque os tecidos são tecnológicos e também na produção de apresentação: cabelo, maquiagem e sapatos. Para mim foi decepcionante. Eu gostava da mania que ele tinha de aumentar estruturas e impressões sobre a roupa, fazendo com que as modelos usassem saltos muito altos e quilos de volumosos tecidos, tornando-as esculturas nas passarelas e fazendo da alta costura uma expressão de arte. Tudo bem que a Suzy Menkes já havia cansado da idéia de arte na moda, mas a realidade é que a alta costura é uma expressão artística. Marie Antoinette usava vestidos tão grandes que até linha de móveis foi lançada no Século XVIII para acomodar as elegantes com seus exageradamente volumosos looks. Não há nada de errado em tamanho de roupa, a roupa trabalhosa é chique. Seria absolutamente possível dosar a linha Dior com o estilo do Galliano, exatamente como Lagerfeld faz. A receita seria a mesma, mas o resultado seria diferentemente exclusivo, porque os elementos são outros. Selecionei para o vídeo a apresentação do vestido que, em minha opinião, é o mais bonito pela produção de cabelo, o caminhar da modelo, as botas. Mas, se tivéssemos que parabenizar Galliano por algo, seria pelos acessórios, pela idéia gráfica de apresentação das modelos e não pela alta costura, porque é tudo cópia.

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