
Beleza humana é importante, mas isso não está ligado apenas à estética, envolve valores além, mais importantes. Claro que, quando sexo ainda estava na moda, a beleza natural, física, isso atraía. Eu gosto de gente bonita, gosto de presenteá-las, mimá-las, porque é questão de escolha mesmo, não tem nada a ver com admiração, é só capricho. A gente pode comprar paixão hoje em dia, ela quase vem embalada pra presente, pra viagem, pra vadiagem. Isso é grosseiro demais para quem gosta de ser civilizado, para quem é civilizado. Então, quando a pessoa não é bonita, mas tem inteligência, ela realça seu valor, torna-se excêntrica, artificial no melhor sentido da moda, notável, admirada. Diana Vreeland é um exemplo de pessoa que usou poses e artificialismos somados à sua inteligência para ficar irresistível. Tem personagem fashion mais pobre de detalhes que Anna Wintour?! Eu sei que você pode gostar do que ela escreve sobre moda, da opinião dela sobre moda, do talento profissional que ela tem, mas eu estou falando de aparência e nada disso se exterioriza. Ela parece recepcionista de hotel, parece com aquela secretária da Família Buscapé. Isso é uma pobreza! Recepcionistas de hotéis e secretárias são pessoas presas às normas de um padrão de aparência, geralmente normal demais, estabelecidas pelo trabalho. Nem essas profissionais gostam de tanta pressão. O mundo precisa de mais honestidade e até quando rotuladas de artificiais, muitas pessoas estão apenas exteriorizando suas fantasias de estilo, sua alegria, seus escudos de defesa: o enfeite esconde os defeitos, esconde o mau gosto, esconde as dúvidas. Os enfeites traduzem tudo como excêntrico, corajoso, especial. E a gente se traduz como livres, interessantes, atraentes e pode até sair de um carrão de mãos dadas com a manequim mais bonita do pedaço.
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