Vez ou outra a gente usa uma roupa 'inconfortavelmente' apertada, sexy ou qualquer coisa que mostre intimidade física e/ou desconforto camuflado pelo charme só para explicar que "é a arte". A gente sabe fingir bem com a moda, até quando não precisa explicar, justificar. Para mim, roupa boa é a que oferece vitaminas e antioxidantes, ativa a renovação celular, as energias complexas e a absorção de oxigênio em seu efeito. "Como isso é possível?", você me pergunta. A resposta é simples: sendo! Sabe, seria ótimo visitar o Mundo Antigo de kimono de linho; desembarcar de uma espaçonave que atravessa dimensões físicas e psicológicas, passageiros cobertos por jóias Harry Winston, assombrando civilizações antigas e fotografando cada peculiaridade, enquanto, para manter a prataria impecável, treinaríamos ancestrais. A humanidade é assustadoramente curiosa. As pessoas mais civilizadas do mundo, em biótipos que ultrapassam 2 metros de altura, discretamente alterados com saltos que artificializam o andar e as poses. Diana Vreeland acharia – e perderia – a noção do luxo diante de tanta superficialidade. Em meu novo livro sobre jóias, faço questão de falar nesse mundo de fantasias, com ilustrações que apresentam a técnica da mudança físico-comportamental que somente a moda pode dar a uma pessoa sofisticadamente fashion. Mas, isso é outra história; aliás: isso é outra física. Grã-finos e dondocas surgindo em qualquer lugar do mundo e do tempo, em desertos, montanhas e à beira mar. Estranhamente embebidos pela emoção, usando tecidos ultra-tecnológicos, de total impermeabilização, numa parada para o chá sobre o mar, surtam e mergulham com super vestidos em meio a grandes, e geneticamente modificados, tubarões brancos, distribuindo litros de Coca-Cola anos 80 para as feras marinhas. Em meio à loucura, uma humana usando gigante vestido caramelo e meias vermelhas espeta um broche de diamantes num peixe palhaço que, paralisado em suaves movimentos, encara a doidivanas por minutos, horas e dias. Como nossa memória segura o tempo! Está na hora de voltar para a nave, senhoras e senhores. Guindastes Rolls-Royce se ocuparão de trazê-los à superfície, onde um robô com pele de foca oferecerá lentes para rever a alta costura de Givenchy por Alexander McQueen, enquanto alguns passageiros sairão da espaçonave e voltarão do coma. A independência nos possibilita experimentar muita liberdade, especialmente em destinos extraordinários, distantes do controle físico e imaginário. Aproveite, porque os sonhos podem ser mágicos; especialmente à noite, quando tudo é permitido.
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