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A brutal coleção "Pelemania" da popular Arezzo, que rendeu revolta nas pessoas |
Muita gente foi contra a coleção da marca popular de calçados Arezzo usando pele de raposa e coelho, eu também sou contra. Antes de tudo, quem gosta de moda tem de ter a consciência de que há sintéticos modernos com caimento, toque e durabilidade idênticos à pele verdadeira, até na atual “alta moda” – que não deve mais ser chamada de alta costura, pois virou descartável – esses sintéticos são usados e até deixam as peças mais caras, para deleite dos novos ricos que mais ostentam as notas fiscais de compra do que têm bom gosto. Então, a gente precisa saber até onde as peles verdadeiras podiam estar na moda e hoje são consideradas arte. Antes dos sintéticos, havia necessidade do uso de peles, sobretudo nos países nórdicos, daí o mercado de luxo também oferecia e há até hoje preciosidades assinadas por Maximilian de Nova York, que são um luxo. É vintage, mas, é atemporal, é também arte e história. Agora, com os sintéticos tecnológicos, o uso de pele verdadeira é pura brutalidade, então, é preciso entender o processo de fabricação de uma peça feita de pele verdadeira. A brutalidade começa na retirada da pele, que deve ser feita com o animal ainda vivo, para manter a maleabilidade, o animal é então jogando ao monte de outros que ainda respiram empilhados. Quem não tiver acesso a esse tipo de registro, há no YouTube. Eu sou contra que em pleno século XXI, quando o mundo está preocupado com clima, extinções de espécies e a banalização da violência, as empresas valorizem o uso de pele verdadeira; mas, acho um luxo quando uma mulher ou sua neta usam uma pele vintage, legítima obviamente, com assinatura de abafar. Pois, hoje, mais do que nunca, é para quem pode, para quem teve acesso. Não tem jeito para novos ricos ou para quem não se importa e quer ser "chique", não vai ser se não for vintage. Ainda bem que depois das reclamações no Twitter, a Arezzo resolveu retirar das lojas todas as peças dessa coleção. Uma atitude de bom senso. Mas eu, Jamill, se já não ia, não passo mais na Arezzo pra comprar presente pra ninguém. Nem na Fendi eu vou por causa disso, imagina se vou pensar em Arezzo? Não dá.
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