Livro – “Lila”, de LILIANA SYRKIS, Um Livro de Quem Tem Nome na Alta Moda Brasileira

LILIANA SYRKIS assinando exemplar no lançamento de seu livro "Lila".
LILIANA e GISELLA AMARAL.
Eu que estava um perfeito analfabeto, sem ler nada antes de deitar, agora estou lendo um livro cheio de qualidades: “Lila”, da Editora Tix. O livro fala da história da famosa estilista polonesa Liliana Syrkis, que, de funcionária da Casa Colette, passou a ser dona do ateliê, da Maison Liliana, o famoso ateliê de alta moda no Rio de Janeiro, que depois de 40 anos “fechou por falta de mão-de-obra especializada”, disse Carmen Mayrink Veiga, uma das principais clientes do ateliê que vestiu também Farah Diba e a Rainha Elizabeth II, por exemplo. 
Essa semana, conversando com a elegante Carmen, aprendi muito sobre a Maison Liliana, com detalhes sobre a qualidade de acabamentos das roupas, muitas com bordados Lesage e materiais trazidos de Paris pela Dona Lila, numa época de legítimo luxo, com produção exclusiva em forma de roupas de alta moda num padrão praticamente inimaginável pelos novos-ricos hoje em dia – limitados às coleções de moda que não refletem mais a essência da marca, menos ainda uma criatividade individualmente artística, onde os mais espertos, poucos, se estapeiam por um vintage para ostentar e brincar de ter e entender luxo. Quando o costureiro Hubert de Givenchy esteve no Brasil para participar do I Cobram (Congresso Brasileiro de Moda), em 1995, promovido pelo Instituto Zuzu Angel de Moda, da jornalista Hildegard Angel, a chique Carmen, que sempre vestiu Maison Liliana – assim como a marca Guilherme Guimarães, em meio a seu gigante acervo de alta costura francesa – em seus compromissos sociais pelo mundo, tendo de vestir apenas grifes brasileiras por causa do evento de moda, encomendou à Maison Liliana, dentre outros modelos, um vestido tipo túnica, azul-hortênsia, idêntico a um modelo dela, feito pela alta costura Givenchy em crepe na cor rosa. 
A alta moda feita por Dona Lila venceu correntes de dificuldades que a levaram para cima, e não a derrubaram. Pode parecer impossível, à primeira vista, que uma profissional de alta moda tenha tido qualquer dificuldade, mas as dificuldades enfrentadas por Liliana Syrkis são pesadas. 
Quando criança, Dona Lila já fazia roupas para suas bonecas, depois, durante a Segunda Guerra Mundial, a pequena judia polonesa de Pinsk, junto a sua mãe e sua irmã, foram deportadas para a Sibéria, seu pai havia sido mobilizado para combater e foi assassinado pelo NKVD numa floresta. Enquanto isso, Liliana estudava e, em meio ao horror, remodelava blusas de lã para camponesas. Com isso, conseguia batatas e leite. Um ano depois, com o ataque de Hitler a URSS, os nazistas assassinaram os 40 mil judeus de Pinsk, Dona Lila perdeu todos os parentes. Quando a guerra terminou, a jovem Liliana, sua mãe e sua irmã vieram para o Brasil, onde já morava sua tia. Então, começou a trabalhar numa confecção e, depois, na Casa Colette, que passou a ser seu ateliê. O lançamento do livro aconteceu dia 24 de novembro, na Livraria da Travessa do Rio, e fiquei feliz ao receber o convite de Ana Borelli, casada com o filho da Dona Lila, o deputado federal Alfredo Syrkis, para o evento. Uma coisa é certa, a Liliana Syrkis tem nome, história e amigos que são uma riqueza. Leia o livro, compre seu exemplar clicando AQUI>>.
LILIANA entre seu filho ALFREDO SYRKIS e sua nora ANA BORELLI.

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