Social - Bate-Papo com MARIA DIGNA PESSOA DE QUEIROZ

MARIA DIGNA em sua casa, em Recife.
Maria Digna Pessoa de Queiroz, das mulheres mais elegantes do Pernambuco, gentilmente atendeu meu pedido para este bate-papo por intermédio de seu filho, o também gentil e elegante Ricardo Luiz Pessoa de Queiroz Filho. Dona da tapeçaria Casa Caiada, a famosa marca de tapetes feitos manualmente e comercializados do Recife para outros estados e exterior, Maria Digna é uma mulher de sucesso e considera a simplicidade e o bom gosto elementos indispensáveis da fórmula da elegância. Neste bate-papo ela comenta a criação da Casa Caiada, elegância, religiosidade, vida social pernambucana e união familiar.

JAMILL –
 A senhora é considerada a mulher mais elegante de Pernambuco e uma das mais elegantes do Nordeste. Qual a sensação de ser referência de elegância? 
MARIA DIGNA – Nunca me ocorreu nem preocupou reivindicar posição de elegante e acho mesmo que não ocupo esse espaço.

JAMILL – Para a senhora qual é o segredo, a formula mágica de elegância?
MARIA DIGNA – Simplicidade e bom gosto.

JAMILL – Como surgiu seu interesse por decoração, por tapetes e abrir, há anos atrás, a Casa Caiada?
MARIA DIGNA – No seu início a Casa Caiada foi animada pelo propósito em dar um prolongamento à vida familiar, buscando realização na tapeçaria. Nossa idéia então era de transportar para os chãos brasileiros a beleza artística e histórica dos azulejos portugueses que cobriam fachadas de casas e igrejas no Nordeste do Brasil. Outras linhas de desenhos foram sendo acrescentadas à linha original da azulejaria, assim iniciamos os desenhos geométricos, a linha ecológica, a floral e desenhos meio contemporâneos.

JAMILL – Os luxuosos Tapetes Casa Caiada são verdadeiras obras de arte. É verdade que até os maridos das suas funcionárias trabalham na produção manual dos tapetes?
MARIA DIGNA – Sim é verdade que vários homens exercem com grande habilidade a tapeçaria, alguns após a volta do trabalho.

JAMILL – A que a senhora considera de bom gosto na decoração contemporânea?
MARIA DIGNA – Gosto muito dos ambientes modernos, limpos mas não prescindo usar peças antigas que cada um de nós tenha, herdadas da família, ou mesmo adquiridas.

JAMILL – Qual a opinião da senhora sobre moda brasileira? Moda e arte caminham juntas?
MARIA DIGNA – Por que não? Acho que a moda também é arte.

JAMILL – A senhora recebe muito em casa? Como é a vida social pernambucana?
MARIA DIGNA – O pernambucano tem por características ser reservado, mas ao mesmo tempo muito hospitaleiro. Não nos caracterizamos com que se chama vida social intensa, gostamos mais de receber nas casas e reuniões maiores acontecem em datas especiais como casamentos. Nos últimos anos as casas de eventos adquiriram importância social muito acentuada.

JAMILL – Como a senhora acha que os brasileiros estão nos quesitos organização e pontualidade?
MARIA DIGNA – A pontualidade nunca foi marcante entre os brasileiros e latinos de modo geral, porém no quesito organização temos evoluído muito.

JAMILL – A senhora é religiosa? como é a sua religiosidade?
MARIA DIGNA – O catolicismo está arraigado na alma nacional e preserva raízes históricas de 500 anos. A minha vem do berço e é preservada até hoje por próprias convicções que são extremamente fortes.

JAMILL – A sua família é sempre comentada como exemplo de estrutura familiar como é a D. Maria Digna mãe e avó? 
MARIA DIGNA – Nossa estrutura familiar é tradicional, mas voltada para a compreensão dos novos tempos. No nosso relacionamento de três gerações procuramos preservar o espaço de cada um, resguardar o entendimento mútuo. E assim nossos laços continuam fortes.


Fotografia: Jamill Barbosa Ferreira.

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