Jamill Barbosa Ferreira - @JAMILLISSIMO - A
proposta de estilo padrão, com peças e combinações idênticas de roupas e
acessórios não é nada chique, a menos que você queira falar de escola,
Exército, ou que a pessoa trabalhe com algo que seja de circo, aqueles
grupos de malabaristas que se vestem de maneira igual, ou treinadores da
Shamu. Não vejo graça em fardamento se o assunto é estilo próprio, pelo
óbvio: não tem nada de individual. Eu gosto de alguns exageros da moda,
dentre eles os volumosos casacos que o John Galliano
mostrava nas passarelas e que, jamais, eram vendidos. Os preços,
astronômicos, e a falta de clientes da alta costura faziam das produções
nada mais que simples figurinos de apresentações teatrais na passarela.
Atualmente, a roupa não pode nem deve ser apenas bonita, ela tem de ter
algo a mais, um detalhe tecnológico ou puramente caro, como bordados de
ouro, por exemplo, alguma coisa que dê identidade mundana a quem usa.
Claro que estou falando da alta costura, pois, apesar do prêt-à-porter
estar no páreo, de igual para igual na questão visual, alguns materiais,
cada vez mais específicos, ainda mantém a alta costura. Essa coisa do
padrão visual entre as ofertas de moda tem sido apresentada por muitas
marcas. Dior e Louis Vuitton, por exemplo, são um exemplo, mas, a Chanel
está de lascar. Karl Lagerfeld emagreceu, paga o preço da aparência construída e encenada com base no comportamento e nas palavras e duras expressões de Coco Chanel
e, por isso, é alvo da atenção de jornalistas, dos espectadores de moda
que pouco analisam seu histórico de criações. Lagerfeld está
aproveitando que as pessoas são ofuscadas por sua embalagem e está
simplificando seu trabalho criativo, praticamente tendo igualado a alta
costura Chanel ao prêt-à-porter da mesma grife. Mais chato que isso é
que até os bordados e tecidos são aparentemente ‘reaproveitados’ uma ou
duas coleções depois, como se a alta costura fosse para um nível de
desmemoriadas clientes. Talvez, com a escassez de clientes, Lagerfeld
queira atrair compradores emergentes, que têm mesmo memória fraca e
facilitariam ainda mais seu trabalho, cada vez mais desinteressante e
muito aplaudido, como foram os feios calçados que ele desenhou para a
Melissa. Os jornalistas, na maioria, perderam o senso de beleza e de
valor do que assinam, quando elogiaram aqueles calçados. Tudo bem que,
hoje em dia, muita gente que escreve sobre moda precisa elogiar algumas
pessoas como uma troca de favores, até que o leitor não sabe mais quando
um elogio é honesto ou comercial. Antes, com o Ibrahim Sued,
ele falava e escrevia de maneira natural, elogiava quem queria e tinha
suas pessoas preferidas. Hoje é uma pobreza pensar que existe esse mesmo
padrão em manter naturalidade, honestidade e transparência. As pessoas
não têm mais nenhum padrão de qualidade referente a temperamento e
personalidade… Restou o padrão na moda, a uniformização. Que pobreza. E
aí, Galliano, como está sendo não ter de participar desse circo? Será
que virá café requentado para a Maison Martin Margiela?
Moda - O Padrão de Cada Um
Tags
# Chanel
# Coco Chanel
# Ibrahim Sued
# John Galliano
# Karl Lagerfeld
# Maison Martin Margiela
# Martin Margiela
Martin Margiela
Labels:
Chanel,
Coco Chanel,
Ibrahim Sued,
John Galliano,
Karl Lagerfeld,
Maison Martin Margiela,
Martin Margiela
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário