Moda - A Nova Era e a Roupa Cósmica


Jamill Barbosa Ferreira - @JAMILLISSIMO - A repetitiva rotina dos desfiles de moda está atrofiando o interesse e o conhecimento geral sobre o assunto. Precisamos entender a moda como um elemento de personalidade e sobrevivência, muito além do equilíbrio para manter as vendas, a ciranda comercial vendida nas revistas como "tendência". Enquanto alguns trajes identificam a profissão ou os interesses de alguém, outros precisam estar cada vez mais adaptados ao aumento da radiação solar sobre o corpo humano, por exemplo. Isso parece muito futurístico? É atual e muito real. Eu tenho total interesse na alta tecnologia aliada à moda, em detalhes como uma camada de água, blindando a roupa, é capaz de proteger nossos frágeis físicos dos mais devastadores efeitos que vêm das explosões solares; então, desde que estejamos devidamente equipados nessa nova tecnologia, poderemos transitar normalmente pelo Planeta ou, até mesmo, numa nave espacial, sem a proteção do campo magnético da Terra. E o que falar dos mortais raios cósmicos, emitidos pelas supernovas? Precisamos cada vez mais de proteção e a roupa tem um papel muito importante nisso. Parem de pensar nos desfiles de moda, nessa batida de uma nota só, e comecem a pensar em tecnologia, sustentabilidade, utilidade da roupa. Muito em breve, os desfiles de moda não existirão mais e é fácil saber a razão... Quem tem as impressoras 3D da MakerBot, por exemplo, sabe que não vai demorar para estarmos imprimindo, em nossas próprias casas, roupas com tamanho exato, seja anão ou gigante, e com grife. Você vai ver o novo terno Tom Ford, vai comprá-lo pelo seu sistema de conexão mundial e o imprimirá. As noivas poderão ter vestidos direto de Paris, saindo na mesa do escritório, no dia da cerimônia, perfeitos, mesmo se ela emagreceu poucos dias antes! Isso tudo é sensacional! Máscaras transparentes, quase uma arma de guerra, cobrirão nossos defeitos e um equipamento instantâneo realizará nossos desejos. Portanto, a experiência de ir aos desfiles de alta costura em Paris será apenas uma extraordinária faixa na história do luxo, coisa que pouca gente pôde ter acesso e que não voltaria mais... Assim, como os voos do Concorde! Porém, nem tudo precisa ficar para trás. O romantismo é uma das características humanas que jamais ficarão atrás, como se para seguir em frente fosse preciso que a criatura estivesse cada vez mais vazia. Eu adoraria ver o futuro gráfico e romântico assinado, sem bloqueios, pela talentosa e sobrevivente Grace Coddington, não pelas chefes de edições atuais ao redor do mundo, que destroem e impedem que a beleza e o glamour sejam direcionados para o romantismo, que jamais deveria ter dado lugar ao apelo comercial pelas celebridades ou pelo cínico minimalismo que, vez ou outra, ainda nos afronta com peles verdadeiras desta estação, quando isso é completamente apavorante e brutal e não tem mais nada a ver com moda, nem com luxo. O luxo não vem do novo, é preciso haver cumplicidade de gostos, esnobismo, extravagância compartilhada. Se um casaco de peles é luxuoso, ele é, obrigatoriamente, uma peça dos anos 60, 70, no mínimo. Definitivamente, tudo que tem surgido não tem nada a ver com luxo e tem tudo a ver com uma desinteressante e minimalista padronização. Quando a roupa tomar novos caminhos industriais, quando as barreiras que bloqueiam e alienam os avanços forem superadas, estaremos cada vez mais bonitos, saudáveis, felizes com nossos físicos, 'grifados', refletindo um momento, um sentido de percepção e esnobismo eterno. Mais que isso, estaremos colocando a moda de volta na sua função de utilidade, enquanto, com nossa bagagem, seremos nós mesmos e daremos o toque chique, elegante e luxuoso da coisa. Direcionemos nosso olhar ao que o mundo tem de melhor, de top! Ah, como eu amo a Carmen Mayrink Veiga, a Valerie Steele, a beleza, o luxo, os perfumes, a elegância!! Bem-vindos!!

Fotografia:  Grace Coddington / Internet.

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