ALTA COSTURA - O Luxo Ainda Está Aqui - Chanel


Jamill Barbosa Ferreira - @JAMILLISSIMO - Eu gostei da apresentação do desfile da Chanel, especialmente por ver mulheres tão chiques quanto a linda e glamourosa Lara Stone, Stella Tennant e Julianne Moore. Também estavam no cenário - um cassino no meio da sala - Lily Collins, as figuras fashion Kristen Stewart, G Dragon, Alice Dellal e a provocante Rita Ora, também Jemima Kirke, Lily-Rose Depp e sua mãe, Vanessa Paradis, e Geraldine Chaplin, filha do Charlie Chaplin. Havia mais pessoas, mas, eu conheci essas e ainda nem pensei nas fotos. Julianne Moore entrou acompanhada por Gabriel Day Lewis, usando um longo verde e um colar de estela com cauda, diamantes da alta joalheria Chanel que, visualmente falando, a Hebe Camargo já bateu para a contra-capa de seu CD "Pra Você", no final dos anos 90 - desculpe, eu não poderia deixar de lembrar. A intenção de casar esporte e luxo continua na cabeça de Karl Lagerfeld, apesar de que, felizmente, vimos meias e sapatos e não os terríveis tênis que quase fizeram estrondar raio e trovão sobre uma descartável coleção passada. O jogo na moda. A herança fashion, o clássico, pesa e embeleza sobre a intenção de Lagerfeld pelo "novo". A riqueza palpável, visual e viva dos bordados que, mesmo repetidos de outras coleções da Chanel, representam o patrimônio na mais bela tradição de luxo, circulando o belo black-tie das convidadas especiais, tentando seduzi-las, orientá-las, sem nenhuma necessidade de uma outra dimensão fashion e transcendência. Como é bonito ver o verdadeiro luxo em cena, brilho ao inacessível que uma vez existiu; antes que os ricos se afastassem de tanta badalação desnorteada da moda e das altas sociedades mundo afora, a beleza era puramente bruta no mais completo glamour, exatamente assim... Mas, as tentações para o fashion estão a solta e revelam-se enquanto vêm as manequins, trajando as ideias de Lagerfeld - que quase parece confortável em sua desistência do passado, quando escolhe concentrar-se em seus "jovens desfilantes" e fotografados, sonhados - rondando as donas do dinheiro, da medida certa para o luxo. O nível da Chanel decolou às nuvens com o glamour da cena do cassino, vislumbrando diversão solitária, fraquezas, caças, grandes espaços, tudo isso e muito mais dentro de longos vestidos e jóias, tudo bem caro, duma época que não havia escassez de mulheres com tanto porte para o belo. No entanto, nos últimos anos, através das mudanças do mundo, a moda perdeu espaço para a apelação pela nudez, a pele. Então, Lagerfeld rende-se ao belo enquanto avisa "ei, ei, vocês podem usar isso aqui também!" Jogando longe a terrível bruxa que o luxo se transformou e atraindo a princesa, bonita, que ele reserva para os sonhos de que tudo que era belo ainda pode estar presente, apesar da obrigação de lançar diferenças e ousadias numa atualidade que cheira somente a trabalho e não a prazer.



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