Eu sou uma das poucas pessoas que lamentaram o mal-entendido entre a Carmen Mayrink Veiga e a Vera Loyola. Elas se conheceram em setembro de 1994, no jantar de pré-estreia da peça "As regras do jogo", no hotel Rio Palace. O encontro rendeu algumas notas na imprensa e elas foram fotografadas juntas pela primeira vez. A partir daí, as duas tinham uma relação social muito agradável e sempre conversavam quando se encontravam e se divertiam com as comparações que a imprensa fazia entre ambas.
No final de junho de 1996 a Vera Loyola fez uma grande festa de aniversário em sua casa, na Barra da Tijuca, e muitos nomes tradicionais estiveram presentes, como a Gisella Amaral e a Glorinha Paranaguá, por exemplo. A Carmen Mayrink Veiga não esteve na festa. O aniversário aconteceu poucas semanas depois da publicação das Páginas Amarelas (Revista Veja) com a entrevista da Carmen. Eu só consegui falar com ela na terça-feira, 16 de julho de 1996, às 14hs. Ela me disse que estava sem conseguir andar e que tentaria um novo tratamento para o desequilibro que sentia. Não falamos sobre eventos sociais, deixei que ela conduzisse a conversa e apenas falamos sobre a entrevista para a Veja e o livro dela, que ainda seria lançado. Com certeza, a Vera entendeu a ausência da Carmen na festa, mas, muita gente não entendeu.
A Carmen passou a ter mais dificuldade para caminhar, mas, voltou a sair em setembro, quando encontrou com a Vera na mostra “Christian Dior 50 anos”. Foi nessa época que ela também passou a dar palestras pelo Brasil. Havia muito interesse social e quase tudo era visto de forma muito superficial: A novela Perdidos de Amor, da Band, mostrava, com certo deboche e tom de competição, como eram as personagens das sociedades “tradicional” e “emergente”.
Em dezembro de 1996 houve um jantar black-tie no Museu Nacional de Belas Artes comemorando a união do Instituto Zuzu Angel de Moda e o MNBA com a exposição “Zuzu Angel – A Força do Anjo”. Carmen e Vera estavam presentes. A Carmen Mayrink Veiga vestia um enorme vestido de alta-costura vermelho Azzaro e usava brincos de ouro, rubis e esmeraldas Van Cleef & Arpels. Vera Loyola também estava de vermelho.
Em março de 1997, Carmen e Vera se reencontram na festa de lançamento da revista Vogue (Inteira sobre a Carmen Mayrink Veiga), no Copacabana Palace. Os convites foram vendidos e toda a renda foi doada para a Casa da Criança. A Carmen foi até à mesa da Vera Loyola agradecer a presença, como foi a todas as 50 mesas. E tudo seguia tranquilo até outubro de 1997.
Na noite do dia 18 de outubro de 1997 aconteceu o Baile dos Mais Bem Vestidos do Brasil, no Palácio São Clemente. A Carmen Mayrink Veiga estava usando um lindo vestido vermelho assinado por Lino Villaventura e brincos enormes, de ouro, assinados por Claude Lalanne. Vera Loyola estava com um vestido preto, tomara-que-caia, clutch verde, brincos de ouro e colar de pérolas. Foi aí que tudo aconteceu...
Eu tenho certeza absoluta que foi tudo um grande mal-entendido. Talvez uma falha de comunicação ou até mesmo uma situação criada por quem quisesse colocar as duas nisso. A Carmen Mayrink Veiga sempre deixou claro que era um mal-entendido e que jamais se recusaria a tirar uma foto com alguém - as duas já haviam sido fotografadas juntas várias vezes e ninguém mais que a Carmen sabia como a imprensa social e as pessoas funcionavam. Por outro lado, qualquer pessoa no lugar da Vera Loyola ficaria triste se acontecesse algo assim, então, a Vera se deixou levar e pisou feio na bola. Mas, tudo foi realmente um mal-entendido e o mais chato foi que isso continuou sendo abastecido até que 70 dias depois, em dezembro, elas resolveram esclarecer para todo mundo que tudo não passou de um mal-entendido. Numa confraternização de Natal na Villa Paraíso, na Usina, a cena foi refeita: perguntada se aceitaria ser fotografada ao lado da Vera Loyola, a Carmen Mayrink Veiga aceitou e a foto foi feita com ambas usando vermelho, cor exigida no convite.
Eu gostei da reconciliação das duas na época, mas, eu acho que deveria ter acontecido antes. Nesses 70 dias, acho que as declarações e reações de ambas, em meio a todo mal-entendido, de alguma maneira magoavam uma a outra. Uma pena, realmente. Eu acredito, mesmo, que elas duas teriam continuado se dando bem e seriam boas amigas se nada daquilo tivesse acontecido.
Fotos de Carmen e Vera quando se conheceram, em 1994 (Primeira à esquerda), de encontros em eventos sociais, ao lado de Adalgisa Colombo e Ana Pais e, à direita, a reconciliação, em 1997.
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